terça-feira, 21 de maio de 2013


Causa da sua extinção

A hipótese mais sustentada é que todas as acumulações de restos de mesossauros foram resultantes de mortalidade catastrófica causada por sucessivos  eventos de tempestade. Parte-se do princípio de que todos os mesossaurídeos  foram soterrados inteiros. Os animais morreram durante o decorrer de cada tempestade e foram soterrados dentro do seu período de atuação. Quanto mais vezes ou mais intensamente foram re-expostos e retrabalhados pelas ondas, maior o grau de fragmentação dos ossos. Provavelmente, estes eventos de tempestades ocorreram em vários momentos da época Whitehill-Irati e em vários pontos desta vasta bacia, indicando um significativo time averaging. (HOLZ et alli, 2000).




Mesossauro Brasiliensis

O exemplar de mesossauro coletado na Pedreira Rio Verde mede cerca de 70 cm de comprimento,apresentando um esqueleto alongado e delgado. Pelas características  osteológicas a seguir descritas, este fóssil classifica-se na espécie Brazilosaurus sanpauloensis (Shikama & Ozaki, 1966). O crânio, cuja medida é de aproximadamente 6,4 cm, em vista lateral, demonstra uma forma triangular decorrente do pequeno comprimento do rostro e a mandíbula apresenta o bordo ventral reto. O pescoço, comparativamente maior, em relação ao crânio, mede aproximadamente 8,5 cm de comprimento. Estas medidas, de acordo com Araújo (1976), recaem na média estatística da proporção crânio e pescoço, assinaladas por Shikama & Ozaki (op. cit.) em comparação a Mesosaurus tenuidens e Stereosternum tumidum. Quanto à cintura, estão presentes pequenos fragmentos dos ossos que a compõem e em relação ao membro anterior, apenas o úmero direito, sob forma de molde, acha-se preservado. Na região torácico-lombar salienta-se a morfologia das costelas, bastante delgadas, diferentemente do que ocorre em S. tumidum e M. tenuidens. Conforme Timm (1996), através de estudos histológicos, as três formas apresentam o mesmo fenômeno de compactação óssea (paquiostose), sendo que M. tenuidens e S. tumidum também demonstram este fenômeno externamente, através do espessamento de suas costelas. Tal característica enfatiza o contorno esqueletal bem mais frágil de B. sanpauloensis comparativamente às outras formas. Da cintura pélvica, somente um osso ísquio está presente. Quantos aos membros posteriores,ambos os fêmures estão bem preservados, o mesmo não ocorrendo com os elementos ósseos distais (tíbia e fíbula) que se encontram fragmentados. Apenas duas pequenas porções do metatarso são observadas no lado esquerdo do exemplar. As vértebras caudais, com exceção de três que se acham em forma de moldes, demonstram boa preservação, sendo possível analisar, em nível de detalhe, toda a morfologia típica desta região. Um número razoável de arcos hemais foi preservado, evidenciando o espessamento ósseo característico desta espécie.



Mesossauro


   Mesosaurus é um género extinto de pararéptil marinhos pré-históricos, que viveram da Era Paleozóicaao início da Era Mesozóica. Os mesossauros apareceram no Período Carbonífero, a cerca de 290 milhões de anos, e tiveram seu auge no Período Permiano. A ocorrência de alguns fósseis indicam que os últimos remanescentes dessa linhagem sobreviveram até o início do Triássico, há cerca de 230 milhões de anos. Quando adultos mediam cerca de um metro de comprimento.2 .
 Os mesossauros foram um dos primeiros grupos de répteis a adaptar-se a um ambiente aquático. Tinha corpo hidrodinâmico, patas com membranas interdigitais e cauda longa. O crânio era alongado e a boca estava cheia de dentes muito longos, finos e numerosos. A alimentação do messorauro era carnívora.Este animal habitou zonas aquáticas do antigo super-continente chamado Pangeia. Os seus restos fossilizados encontram-se hoje em dia na Áfricae América do Sul. Em várias cidades do sul do Brasil existem museus com exemplares muito bem conservados, como é o caso do Cenpaleo (centro paleontológico) que está localizado na cidade de Mafra-SC.
   São conhecidas 4 espécies de mesossauros uma delas que é encontrada no Brasil designa-se como Mesosaurus brasiliensis (Mac Gregor, 1908)1, ou "lagarto intermediário brasileiro".
     




Formação Irati

A Formação Irati é composta por uma sucessão de folhelhos pirobetuminosos e não-betuminosos, argilitos com camadas carbonáticas, registro este que testemunha deposição em ambiente marinho. Restos de mesossauros são abundantes em vários locais nesta formação, onde eles ocorrem preservados em espessas camadas, e exibindo vários graus de desarticulação de esqueleto. A suposição básica é que estes répteis morreram e foram enterrados pela ação de tempestades sucessivas que aconteceram no Mar de Irati. O modelo tafonômico proposto refere-se a eventos repetidos de soterramento, erosão, retrabalhamento e redeposição de esqueletos no sedimento (SOARES, 2003)





Serra do Caiapó


No Sítio Serra do Caiapó situa-se em Goiás,no município de Montividiu,em um afloramento de  Formação Irati na região inicia-se com um nível conglomerático passando,em direção ao topo, para uma seqüência de calcários com intercalações de folhelhos negros carbonosos, às
vezes betuminosos, interacamadados com calcários cinzas microcristalinos, onde são encontrados uma grande quantidade de restos de fósseis de mesossauros. Nesta pedreira é explorado o calcário para corretivo de solos e, em decorrência, os exemplares fósseis geralmente se acham fragmentados pelas explosões. Além deste sítio, são descritas, nesta região,diversas ocorrências fósseis desde o município de Montividiu até Perolândia. Neste último município,Pena et al. (1975) descreveram um sítio onde assinalam a ocorrência de mesossauros dentro dos calcários da unidade Irati.






Sítio Paleontológico


É de fundamental importância entender o que vem a ser um sítio paleontológico para adquirir conhecimento sobre suas principais características. Sítio paleontológico é um lugar onde se encontra diversos vestígios ou evidências de seres que viveram no passado. Atualmente são quarenta e dois os sítios brasileiros descritos e aprovados pela SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleontológicos), ou seja, conhecidos pelo seu valor científico, educacional ou cultural. Através do estudo do mesmo, pode-se inferir quais animais viveram neste ambiente, quais características possuíam e como foi o processo de formação do sítio paleontológico Serra do Caiapó.



terça-feira, 14 de maio de 2013

O que é Paleontologia?




  A Paleontologia é a ciência natural que estuda a vida do passado da Terra e o seu desenvolvimento ao longo do tempo geológico, bem como os processos de integração da informação biológica no registro geológico, isto é, a formação dos fósseis existentes nos sítios paleontológicos.

  Para entender o presente trabalho, é importante compreender o que vem a ser um fóssil. Fósseis são restos ou evidências de seres vivos que se mantiveram preservados por milhares de anos, através do processo da diagênese (retirado ou extraído da terra).

  Nas pesquisas realizadas define-se diagênese como o processo pelo qual houve um rápido sepultamento dos restos de organismos, onde não aconteceu a decomposição total deste, fossilizado devido à alta pressão e falta de oxigênio.